Municípios cancelam festa de carnaval por conta da crise

Realizar ou não o carnaval num momento de crise? O assunto tem dividido opiniões num momento em que diversos municípios cancelam as festividades carnavalescas de 2016 devido a forte crise financeira que assola o país.

Diversas cidades mato-grossenses anunciaram que não vão ter carnaval de rua por falta de verba. Na ala dos que não vão realizar o carnaval estão Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Mirassol D´Oeste. Outros municípios ainda estão com a programação indefinida.

Em Araputanga, o prefeito Paulo César Alves Araújo (Paulo Abrão) reuniu na manhã desta sexta-feira (15) com representantes de vários segmentos da sociedade, mostrando a inviabilidade financeira do município em realizar o Carnatanga.

O prefeito apresentou documentos, de que, a Prefeitura Municipal ainda deve mais de R$ 184 mil referente a gastos com a realização do carnaval do ano passado. "O mais viável é interromper a festa esse ano, mas isso não quer dizer que vai acabar o carnaval, pois vamos trabalhar para reorganizar essa situação e deixar sem dívidas para a próxima gestão", afirmou que é muito feio fazer festa e não pagar.

Paulo Abrão informou que além da situação financeira, quando assumiu o cargo, o município não tinha situação adequada para receber recursos do Governo do Estado para realizar a festa.

O vereador Shiguemitu Sato considerou a decisão acertada, uma vez que os municípios atravessam por sérias dificuldades financeiras. "Tem realmente que ter essa postura adequada e administrar com competência pelo bem estar da nossa população", disse.  

Para o Presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-ARA), Valdeir Alves de Souza (baixinho), o prefeito tomou a decisão correta em não promover o Carnatanga. “A situação do país e da própria cidade nossa é difícil e tenho certeza que nós do comércio e toda população vai apoiar", afirmou.

O Major Cristian Procópio, Comandante da 2ª Companhia de Polícia Militar de Araputanga também participou da reunião e analisou que a promoção de festa sempre aumenta o número de ocorrência e a decisão favorece a ordem e segurança pública. "Vemos com bons olhos a decisão do prefeito em priorizar outras situações nesse momento de crise", frisou. 

Confira a entrevista em áudio:

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Foto: Didmo Randerson | Arquivo Popular Online